segunda-feira, 29 de setembro de 2008

1956 - Picture of Heath "Playboys" - Chet Baker & Art Pepper

"Ele sempre sabe onde achar as notas doces, não é?" comenta Herb Ellis ao observar numa noite Chet Baker em uma boate canadense em 1982. het era um improvisador lírico, autodidata com um toque macio que parecia beijar as notas como elas fossem voar. Baker com tom pálido, olhares fatais e reputação de badboy se tornou o ícone do cool jazz da West Coast. Seu estilo combinava uma certa agitação nervosa com doses fortes de sentimentalidade particularmente nas baladas. Capturava não só a imaginação de amantes do jazz mas do público fascinado com seu estilo de vida e com a sua música. Seus vocais sussurantes capturava a mesma intimidade sonolenta do seu trompete, em especial nas músicas "I Fall in Love Too Easily" e "Everything Happens To Me". Mas Chet foi vitima da propria capacidade de se auto destruir como quem improde a si mesmo nas esferas do proprio egoismo. Dos anos 40 até, pelo menos, os 60, as drogas setornava o combustível do jazz e Charlie Parker foi a figura mais emblemática com a carreira e a vida abreviadas pela heroína. Chet Baker teve o mesmo destino. Viciado desde os anos 50, ele teve uma carreira errática com períodos de inatividade devido à dependência e às prisões constantes. Gravou discos em excesso nem sempre de boa qualidade devido à constante necessidade de conseguir dinheiro para suas depedencias. Nos anos 60 além de mais de um ano preso na Itália, ele foi expulso de quatro países (Itália, Alemanha, Holanda e Inglaterra) até ser deportado de volta para os Estados Unidos. Em 66, foi espancado em San Francisco quando tentava comprar drogas na rua tendo alguns dentes quebrados, passando a usar dentadura o que prejudicou sua embocadura (forma de colocar os lábios no bocal do trompete) afastando do shows por tres anos. Picture of Heath "Playboys" é um álbum em parceria do trompetista e o saxofonista Art Pepper pelo selo Blue Note Records, numa sessãoem Los Angeles - CA, no dia 31 de Outubro de 1956. A produção ficou a cargo de Richard Bock & Michael Cuscuna. É supremo, soberbo, perfeito. Tanto que não tenho muito o que dizer, fora que desde que ouvi a primeira vez não experimentei mais o mesmo êxtase musical que tive ouvindo esse álbum. É divino.
Dica: Dvd Love For Sale - Chet Baker (tp,vcl), Michel Graillier (p), Jean-Louis Rassinfosse (b), Harold Danko (p), Hein Van De Geijn (b), John Engels (d)

Musicas:
01 - For Minors Only
02 - Minor Yours
03 - Resonant Emotions
04 - Tynan Time
05 - Picture of Heath
06 - For Miles and Miles
07 - C.T.A.

Pessoal:
Chet Baker - Trompete
Art Pepper - Sax. Alto
Phil Urso - Sax. Tenor
Carl Perkins - Piano
Curtis Counce - Baixo Acustico
Lawrence Marable - Bateria

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Boa audição - Namastê.

Vitrine: Luz Lima & *Agroove Sambasoul*

Vitrine - Novidades e descobertas da Música
Host: Sharebee
Size: 23.40MB

Estilo: Soul-Funk

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O Projeto deu inicio em meados de Julho de 2008 com o encontro nada programado de dois trabalhos distintos, Paulo e Luz Lima (Tambaque) e de Raphael e Gian (Feijoada Groove); após o ensaio de ambos os grupos rolou a famosa 'canja' e dai nasceu a necessidade de montar um novo grupo onde surgiu o *Agroove Sambasoul*, grupo que mescla as melodias e harmonias da musica brasileira ao ritmo dançante do Funk americano. Com diversas influências, desde o Folclore Brasileiro ao Jazz Moderno , Luz Lima & *Agroove Sambasoul* vêm com a proposta de inovar e unir todos esses sons afim de por a galera pra dançar à um som cheio de experimentalismo e groove, valorizando a música brasileira.

Luz Lima & *Agroove Sambasoul*

Voz - Luz Lima
Guitarra/Violões - Raphael Cortezi
Baixo - Giancarlo Barlleta
Bateria - Paulo O'Campos

Músicas:

1-A Rã - João Donato e Caetano Veloso
2- Água de Beber - Tom Jobim
3- Baião - Luis Gonzaga
4- Cotidiano - Chico Buarque
5- Consolação - B. Powell & V.Moraes

My space: http://www.myspace.com/agroovesambasoul

Orkut:
Perfil
Comunidade

E-mail: agroovesambasoul@hotmail.com

Tel:
11 9220-4233 - Raphael Cortezi
11 5061-0279 - Paulo O' Campos

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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Vitrine: Craig Pilo

Vitrine - Novidades e descobertas da Música


Host: Sharebee
Size: 78,3 MB

Estilo: Jazz Fusion

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Tracks:

1 Early Cynical Mystery (Pilo)
2 Autumn Leaves (Mercer)
3 Shades of Blue (Pilo)
4 Red Clay (Hubbard)
5 Impressions (Coltrane)
6 Awkwardly Mobile (Pilo)
7 Teen Town (Pastorius)
8 All Blues (Davis)
9 Softly as in a Morning Sunrise (Romberg)
10 Miles Mode (Coltrane)

Em 2007, Craig Pilo ganhou o prêmio L.A. Music Award, na categoria Jazz Artist of the Year, pelo álbum Just Play.

A compoição Shades Of Blue, do cd Just Play, ganhou o prêmio Great American Songwriting Award.

Oriundo de Connecticut, Craig Pilo foi graduado pela Escola de Música da Universidade do Norte do Texas, em 1995, como licenciado em Música. No outono de 1996 mudou-se para Los Angeles, onde reside atualmente. Em 1997, Craig fez a turnê de outono com o famoso trompetista Maynard Ferguson para promover seu Cd One More Trip To Birdland. Craig atribui seu sucesso precoce a alguns de seus professores particulares: Alan Dawson, Ed Soph, Dave Weckl, e Jeff Hamilton.

De 1998 até 2002, Craig trabalhou ao redor de Los Angeles e manteve uma agenda regular com Player ("Baby Come Back") e alguns artistas locais, participou de programas de TV, filmes, e dos CDs de artistas locais (Billy Vera, Malo, Heatwave, Blue Magic, Deniece Williams, Don Rickles, The Delfonics, Tommy Roe, Chris Montez e Danny Weis (Iron Butterfly)). Uma lista parcial de créditos deste período inclui as trilhas sonoras de Ally McBeal, Boston Public, Sex and the City, CSI Miami, Malcolm in the Middle, Sabrina, The Osbornes, e os filmes Violação de Conduta e Dirty Dancing II: Havana Nights.

Na primavera de 2002, Craig começou a tocar regularmente com Pat Boone. Ele fez várias turnês ao longo dos próximos anos e gravou em vários CDs de Pat. Craig tocou na faixa “Under God”, para o Cd de relançamento do álbum American Glory, de Pat, em 2002. Em 2004, Craig se afastou de suas exibições regulares, começou a tocar com Angela Carole Brown e fez algumas turnês com a banda Red Elvises. Cada projeto rendeu um CD que incluía Craig na percussão. Os Red Elvises gravaram e lançaram um CD ao vivo feito a partir de um dos concertos na Rússia, e Angela Carole Brown gravou e lançou The Slow Club. No verão de 2005, Craig voltou a tocar com Pat Boone durante sua turnê pela Irlanda. E no verão de 2006, Craig tocou no Playboy Jazz Festival com Angela Carole Brown e The Slow Club Quartet.

Em novembro de 2005, Craig entrou no "Rock’N’Roll Hall-of-Fame" do cantor Frankie Valli, e participou da turnê da banda. Craig continuou excursionando com Frankie em 2007, mas também pôde ser visto em turnê com Edgar Winter, e Player. Em abril de 2007, Craig lançou um CD solo Just Play, pela gravadora Rue De La Harpe.

Para informações mais atualizadas, confira a agenda de Craig Pilo em seu site: http://www.craigpilo.com/



"Craig's CD is a dynamic look at classic jazz tunes, mixed with his own well-crafted compositions."

- Mondo Blu Radio

"I’m betting you’ll be happy with the playing Craig and the band lay down on this disc. Simply outstanding jazz, crisply recorded from a lengthy all-star cast. Appearing on the tracks I’m playing are Mitchel Forman and Ed Czach with some truly blistering Fender Rhodes work, Burt Samolis, Keith Hubacher, Jim King, Tom Kennedy and David Enos each on some equally blistering bass lines, Roman Dudok on sax, with Pilo keeping the rhythm locked and loaded and filled with particularly tasty cymbal work."

- FusionGroovin

"Pilo is a pro drummer (Frankie Valli, Maynard Ferguson) whose solo jazz project features a group of adept musicians on his original themes (and choice covers). Pilo allows his Fender Rhodes player to shine on the mellow “Early Cynical Mystery.” His bassist and sax player groove with skill and feel on “Shades of Blue.” Pilo’s pounding drums take center stage on “Awkwardly Mobile.” This disc will please listeners who’ve got a taste for hard jazz and impressive musicianship."

- Los Angeles Music Connection Magazine (Oct 2007)

Links:

Craig Pilo.com
MySpace
Apple iTunes

E-mail: craigpilo@craigpilo.com

Compre o cd: http://cdbaby.com/cd/craigpilo

YouTube:

Craig Pilo Drum Solo:


Early Cynical Mystery (c) 2007 Craig Pilo:


Craig Pilo Drum Solo with the Red Elvises:


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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

1968 - Underground -Thelonious Monk Quartet

Acredito que todo apreciador de jazz teve uma porta por onde passou para conhecer esta milenar arte de fazer musica e comigo não foi ao contrario. conheci Thelonious Monk a primeira vista por causa desta magnifica capa onde se estampa um baluarte de material militar e belicos com a figura imponente (Monk) de um veterando de guerra ao piano, perfazendo o que acreditava ser um lope de vanguarda militar. Mas ao ouvir seu conteudo me apaixonei de vez e o jazz passou a correr pelas minha veias como força vital de uma nova paixão. Pertencente à nata do jazz norte-americano Thelonious Monk cresceu em Nova Iorque e começou a estudar piano aos 5 anos. Dedicando-se integralmente à música e ingressou na orquestra de Cootie Williams em 42, mas foi como pianista de Coleman Hawkins que Monk começou a ter seu trabalho prestigiado. Excêntrico e com um estilo inovador, o pianista sofreu várias críticas no início de sua carreira, porém, depois de duas décadas sem alterar seu estilo, foi reconhecido como um dos maiores nomes do jazz mundial. Underground é de 1968 com uma notável assinatura rara e diversificada que Monk colocou em sua pauta musica com Monk ao piano, Larry Gales no baixo, Charlie Rouse no sax tenor, e Ben Riley na bateria. Embora este álbum seja mais amplamente conhecido pela provocadora imagem da capa que mostra Monk como um monge lutador fictício da Resistência Francesa na Segunda Guerra Mundial, ele contém uma série de novas composições, algumas dos quais só aparecem gravadas neste álbum. Este é o último álbum mostrando o Monk Thelonious Quartet. Raise Four é um blues extraordinariamente simples, mas com uma melodia dissonante. Boo Boo's Birthday e Green Chimneys são homenagens de Monk a filha Barbara sendo Boo Boo seu apelido e Green Chimneys o nome da escola que ela estudava. Boo Boo Birthday tem uma estrutura pouco ortodoxo e com uma estrutura pouco harmônica. In Walked Bud é baseada no Blue Skies e dedicado ao amigo e colega pianista Bud Powell. Várias de suas composições se tornaram célebres, sendo que diversas delas constam no Real Book. Sem solfejos aqui fica uma joia nos estandarte do jazz.

Musicas:
01 - Thelonious
02 - Ugly Beauty
03 - Raise Four
04 - Boo Boo's Birthday
05 - Easy Street
06 - Green Chimneys
07 - In Walked Bud

Musicos:
Thelonious Monk - Piano
Larry Gales - Baixo Acustico
Charlie Rouse - Sax tenor
Ben Riley - Bateria

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Boa audição - Namastê

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Stan Getz

As fusões de Stan Getz

Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)




Se você pensa que Stan Getz foi apenas Cool e Bossa Nova, está totalmente enganado. Depois de desfrutar de muito sucesso ao difundir a Bossa Nova pelo mundo, Stan Getz acabou aderindo ao fascínio eletrônico do Jazz-Fusion.

Tudo começou em 1967, no álbum Sweet Rain, quando o Stan Getz Quartet (Billy Hart, George Mraz, Grady Tate e Ron Carter) se uniu aos músicos Chick Corea, Stanley Clarke (que viriam a fundar o Return to Forever, em 1971) e o baterista Tony Williams. Sweet Rain não é exatamente um álbum de Fusion, mas já mostra Getz numa configuração totalmente diferente do que havia sido a sua carreira até aquele momento.

Em 1972, Getz gravou Captain Marvel, se reunindo com um grupo de músicos que foram expoentes na difusão do Fusion na década de 70. São eles: Chick Corea com o seu Return to Forever (Stanley Clarke (baixo) e Airto Moreira (percussão)), além do baterista Tony Williams. Com exceção de Clarke, todos já haviam participado de formações do trompetista Miles Davis.

Os críticos não gostaram das experiências eletrônicas de Getz, que chegou a utilizar um Echoplex no seu saxofone. Logo resolveu desistir desta sonoridade, regressando gradativamente ao jazz mais tradicional, e acústico. Infelizmente...

Baixem os álbuns Sweet Rain e Captain Marvel. Duas obras-primas de Stan Getz, um dos maiores saxofonistas da história.JM

Sweet Rain - 1967

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Size: 33.78 MB

Getz, Hart, Mraz,
Tate, Carter, Corea,
Clarke e Williams


Captain Marvel - 1972

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Getz, Corea, Clarke,
Williams e Moreira



http://www.stangetz.net/

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

1945 - Dizzy Gillespie & Charlie Parker: Town Hall "New York City - June 22, 1945"

Uma descoberta arqueológica que altera significativamente a história discográfica dos primeiros tempos do bebop. Um achado descoberto pelo dono da gravadora Uptown Records Robert Sunnenblick cotendo quarenta minutos de pura adrenalina bebopiana, uma jóia rara intitulada: Dizzy Gillespie - Charlie Parker/ Town Hall. O show foi gravado em 22 de junho de 1945 em Nova York e além dos grandes mestres Dizzy e Bird o sexteto tem Don Byas no saxofone tenor, Al Haig no piano, Curley Russell no baixo e Sid Catlett e Max Roach dividindo a bateria. O album apresenta um som bem razoável e chiado quae imperceptivel, improvisando ao vivo a partir de seis faixas do idioma Bebop - "Night in Tunisia", "Groovin’high" e "Salt peanuts", de Gillespie; "Hot house", de Tadd Dameron; "52nd. Street theme", de Thelonious Monk onde Bird e Diz gravaram esses temas centenas de vezes. Por que então o registro desse concerto inédito de 22 de junho de 1945 pode ser considerado uma reliquia?. Quem pode nos dar uma resposta a´alturanada mais que Fred Kaplan - crítico de jazz do "The New York Times" - "Pedra da Roseta do bebop?!!!!".Sem falar na qualidade intrínseca das performances desse quinteto Parker - Gillespie (o grande tenorista Don Byas aparece também na primeira faixa e Sid Catlett substitui Max Roach em dois números), basta lembrar que a primeira sessão de gravação histórica do autêntico bebop ocorreu em 11 de maio de 1945. Naquela data, os "All-Stars" de Dizzy Gillespie era formado:Parker-sax.; Al Haig-piano; Curley Russell-baixo; Catlett- bateria, perpetuaram quatro faces de discos de 78 (r.p.m.) para o selo Guild: "Salt peanuts", "Shaw’nuff", "Lover man" (com vocal de Sarah Vaughan) e "Hot house". Mas as faces dos discos de dez polegadas dos anos 40 não ultrapassavam os 3m22s ficaram galfado no tempo. Só em 45 esta formação integra por completo este achado com a chegada do long play 33\5 o que não se podeia fazer com os 78 por falta de tempo. Em apenas 35 anos de vida Parker também conhecido como "Bird" foi um dos principais responsáveis pelo surgimento do Bebop - um novo e rápido estilo de jazz, marcado por longas improvisações e que influencia músicos até os dias de hoje. De acordo com críticos, se Parker era a alma do Bebop, o trompetista Dizzy Gillespie era o coração sendo responsável por consolidar o novo estilo. Para muitos, Parker transformou o Bebop numa música considerada "cult" enquanto Gillespie o popularizou. Dizzy teve uma carreira bem mais longa que "Bird", começando no final da década de 30 e terminando apenas com sua morte em 1993. Charlie Parker morreu em 1955 devido a problemas de saúde relacionados com o alto consumo de drogas.

Faixas:
01 - Shaw Nuff
02 - Be-Bop
03 - Groovin' High
05 - Salt Peanuts
06 - Hot House
07 - 52nd Street Theme

Musicos:
Dizzy Gillespie - Trompete
Charlie Parker - Sax. Alto
Don Byas - Sax. Tenor
Al Haig - Piano
Curley Russell - Baixo Acustico
Max Roach - Bateria
Sid Catlett - Bateria

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Boa audição - Namastê

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

1961 - In Person: Recorded Live at the Village Vanguard (Live) - The Bobby Timmons Trio

Conta quem ouviu uma das conversas que precedeu o afastamento dos dois jazzmen (John & Miles) e pôs fim a um dos mais excepcionais quintetos que jamais existiram na História do Jazz responsável entre outros imortais registos pelo incontornável "Kind of Blue" que tudo sucedeu mais ou menos assim:
M.D. " John, isto não pode continuar deste modo. Os teus solos estão cada vez mais extensos, nos últimos concertos chegaram a ultrapassar os 20 minutos. Concordas decerto que para mim e para o Cannonball é incómodo e desmotivador aguardar tanto tempo para enfim podermos executar os nossos solos e expormos o tema, no final... Não?"
J.C.: " Man, I'm sorry. Mas quando estou a improvisar surgem-me sempre ideias que quero explorar mais a fundo e, de repente, fico como numa espécie de transe. Uma energia astral passa a dominar, bloqueando a minha capacidade de poder parar quando quiser. É complicado, percebes?... Então, diz-me, como é que paro de solar??"
Simulando estar a segurar nas suas mãos um saxofone imaginário e fazendo o gesto de o afasta-lo de si, Miles exemplificou com uma exclamação nada ufanica...
MD: " É fácil! Assim... tirando essa p...da boca! ".
Uma coisa interressante no jazz é além das curiosidades na primeira pessoal de um músico é sua fulgaz forma de surpriender quando não se esta esperando nada."In Person"- album de Timmons, mostra claramente que ele era mais do que apenas o compositor de jazz com pretuberancia no funky e no soulful. Com um rigoroso tricô de um fantastico trio que incluía dois jovens músicos que passou ao jazz grandes realizações: o baixista Ron Carter e o baterista Al "Tootie" Heath, in Person foi gravado nos palcos do "Village Vanguard", NYC, no dia 01 de Outubro de 1961 num Bepop que marcou uma fase na historia do jazz. Sente, relaxe e ouça com afinco o que tres musicos podem fazer com seus instrumentos na linguagem do ouvir o que é eterno.

Faixas:
01 - Autumn Leaves
02 - So Tired
03 - Goodbye
04 - Dat Dere (Theme)
05 - They Didn't Believe Me
06 Dat Dere (Full-Length)
07 - Popsy
08 - I Didn't Know What Time It Was
09 - Softly, As In A Morning Sunrise
10. Dat Dere (Theme)

Musicos:
Bobby Timmons - Piano
Ron Carter - Baixo
Albert "Tootie" Heath - Bateria

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Boa audição - Namastê

sábado, 13 de setembro de 2008

1961 - Thelonious Monk with John Coltrane

Ele foi o mais importante saxofonista surgido depois de Charlie Parker, desenvolvendo um novo modo de tocar que ampliou os horizontes do jazz. Evoluiu do hard bop para o jazz modal e o free, incorporando estruturas da música indiana e imbuindo suas interpretações de forte carga emocional e mística. Suas "sheets of sounds" (sequências de notas tão rápidas e longas que davam a impressão "folhas" ou camadas de som) tornaram-se um desafio para os saxofonistas. John William Coltrane nasceu em Hamlet - Carolina do Norte em 23 de setembro de 1926. Tocou em grupos de rhythm & blues e depois com Dizzy Gillespie e Johnny Hodges. Atingiu a maturidade musical no lendário quinteto de Miles Davis nos anos 50 no qual permaneceu de 55 a 60 tendo participado do lendario "Kind of Blue" marco do jazz modal. Nesse período também fez uma histórica colaboração com Thelonious Monk e lançou em 59, "Giant Steps" sua primeira grande obra como líder na qual já esboçava as "sheets of sounds". Ao deixar Miles formou o clássico quarteto que incluía McCoy Tyner (piano) e Elvin Jones (bateria). Ainda em 60 lançou "My Favorite Things" outra obra-prima. Suas experimentações atingiram a plenitude em "A Love Supreme" de 64 onde mergulhou na música indiana e no espiritualismo. "Ascension" de 65 marca sua adesão ao free jazz. Estava no auge da carreira quando em 17 de julho de 67 morreu de infecção hepática em Huntington - Nova York. Nos anos 30 o jazz era a melhor diversão e música para dançar. O bebop o intelectualizou, almejando convertê-lo em forma de arte. Coltrane levou-o a um novo patamar adotando uma atitude espiritualista perante a música. Ele "escreveu" seu próprio livro sagrado - o LP "A Love Supreme" de 64, que dedicou a Deus. Os quatro temas do disco sucedem-se como uma oração sem palavras (com exceção da frase mântrica que dá nome a ele) capaz de comover o jazzófilo mais ateu. Apesar de manifestar interesse pela cultura hindu, ele parecia não se vincular a uma religião específica. Sua crença era de que todas as pessoas deveriam se esforçar em prol de um mundo melhor e que a música poderia ser um veículo para transmitir pensamentos positivos. A "pregação" de Coltrane foi bem sucedida. Seus mais fiéis seguidores, o saxofonista Pharoah Sanders e a viúva Alice Coltrane também adotaram uma postura devocional e positiva diante da música e da vida.
Curiosidades:
*Os longos solos de Coltrane que podiam durar 20 minutos ou mais, tornaram-se lendários e geraram muita polêmica. O importante crítico Ira Gitler disse na época que os 16 minutos de "Chasin' the Trane", registrados em 61 no álbum "Live at the Village Vanguard" pareciam "a espera da passagem de um trem de carga de cem vagões". Quando ele tocava no grupo de Miles Davis o patrão exigiu que fizesse solos mais curtos e Coltrane alegou que não conseguia pois eles seguiam um encadeamento lógico. "É só tirar a p... do sax da boca!", respondeu o irascível Miles.
*Coltrane serviu na marinha entre 45 e 46 em uma base no Havaí tocando clarinete em um grupo chamado Melody Makers. Sua primeira gravação foi feita com uma banda militar em julho de 46.
*Em seus dois últimos anos de vida, Coltrane foi casado com a pianista e harpista Alice Coltrane que morreu em janeiro de 2007 deixando também uma obra de grande qualidade. Um dos filhos do casal - Ravi é hoje um renomado saxofonista e já esteve algumas vezes no Brasil.
*Entre as muitas homenagens feitas a ele estão a do serviço postal americano, que estampou seu rosto em um selo e a da companhia cinematográfica Universal que deu o nome do saxofonista a uma rua de seus estúdios.
Thelonious Monk & John Coltrane traça um perfil da genialidade do mestre. Coltrane tinha uma verdadeira admiração por Monk "ele é um dos poucos que realmente pensa a música. Monk é um arquiteto musical da mais alta ordem." Juntos gravaram esse albúm que apesar de registrado em rolo em Abril e Julho 1957 so foi lançado em 1961. As seis composições do album - "Ruby My Dear", "Trinkle, Tinkle" , "Off Minor", "Nutty", "Epistrophy" e Functional" tinham sido retiradas do imenso catálogo do pianista. Sua parceria com Thelonious Monk durante o ano de 1957 foi uma das mais belas da música e merece ter sua história contada.
Curiosamente: a faixa "Functional" é um longo solo apenas de Monk.

Faixas:
01 - Ruby, My Dear
02 - Trinkle, Tinkle
03 - Off Minor (Take 4)
04 - Nutty
05 - Epistrophy (Alternate Take)
06 - Functional (Alternate Take)

Musicos:
Thelonius Monk – piano (Faixas 1,2,4,6)
John Coltrane – Sax. tenor
Wilbur Ware – Baixo Acustico
Shadow Wilson – Bateria (Faixas 3,5)
Ray Copeland – Trompete
Gigi Gryce – alto saxophone
Coleman Hawkins – Sax. tenor
Wilbur Ware – Baixo
Art Blakey – Bateria

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1966 - Straight, No Chaser - Thelonious Monk

Thelonious Monk: Straight - No Chaser.
Documentario feito em 1988 sobre a vida de Thelonious Sphere Monk (10-10-1917 Rocky Mount). Produzido por Clint Eastwood e dirigido por Charlotte Zwerin o documentário retrada o estilo diferente e estranho do pianista, visto como falta de técnica e um gênio além do seu tempo. As imagens filmadas por Michael e Christian Blackwood sobre o compositor e pianista em 1968 estavam em excelente estado incluindo cenas de Monk fora dos palcos. Ricker como produtor juntou-se a diretora Charlotte Zwerin e ao produtor executivo Clint Eastwood trazerem esse material à vida. "A Vida e Música de Thelonious Monk" combina imagens dos Blackwood como Thelonious no estúdio durante a turnê e cenas por trás das câmeras como novas entrevistas, fotos de arquivo. Pausas, compassos irregulares, dissonâncias, um toque percussivo e anguloso fizeram de Monk um músico único no jazz. Monk é conhecido pelo seu talento para realizar improvisações e compor com facilidade ao piano. Uma de suas composições mais famosas é "'Round Midnight". Monk líderou o famoso "Thelonius Monk Quartet" com outros grandes jazzistas como Willbur Ware e Shadow Wilsonquem e John Coltrane que o tornaria seu mentor e amigo em sua carreira solo. Seu estilo ao piano era muito peculiar distante de algumas das técnicas tradicionais. Várias de suas composições se tornaram célebres sendo que diversas delas marco no divisor do jazz. Consagrado pela midia fez várias excursões pela Europa nos anos 60. Em 71 e 72 integrou o grupo "all stars" Giants of Jazz, que incluía Dizzy Gillespie, Art Blakey e Sonny Stitt. Em meados da década retirou-se de cena devido a problemas de saúde morrendo em 17 de fevereiro de 1982 de ataque cardíaco. Monk só retornariamais tarde como lenda e mito no primeiro plano do jazz.
Dica: Dvd - Thelonious Monk Straight, No Chaser (Charlotte Zwerin - 1988)

Faixas:
01 - Locomotive
02 - I Didn’t Know About You (Take 4)
03 - Straight, No Chaser
04 - Japanese Folk Song (Kojo No Tsuki)
05 - Between The Devil And The Deep Blue Sea
06 - We See
07 - This Is My Story, This Is My Song
08 - I Didn’t Know About You (Take 1)
09 - Green Chimneys

Músicos:
Thelonious Monk - Piano
Charlie Rouse - Sax.Tenor
Larry Gales - Baixo Acustico
Ben Riley - Bateria

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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

1974 - She Was Too Good To Me - Chet Baker

Considerado um dos mais férteis trompetistas do jazz em sua história musical, Chet personificou um estilo peculiar e reticente - raramente ultrapassava o mezzo forte - e logo se tornou a marca do cool jazz como um dos criadores do "west coast" a variavel californiana lançado por Miles Davis e Gerry Mulligan Personificando o jazz com exatidão durante mais de seis décadas. Não que algum instrumento seja mais importante do que outro mas quando um leigo experimenta traduzir o jazz em uma única imagem ou em um único nome logo brilha em sua memória a face sorridente de Chet Baker. Alguns o retrata como um um anjo que desceu ao inferno mas Chet iníciou uma carreira de prestigio e glamor entre mulheres de pura beleza e seu canto arroucado e suave hostendando gorjeios único e formal. Vinte anos mais tarde a vida apresentava-lhe um rosto sulcado e cheio de marcas pela jornada alucionorgica e perseguição pela polícia. Mas existe algumas curiosidades que alardeou a vida desse grande musico:
_Embora não intencionalmente o título de um filme estrelado por Chet em 1955 parecia simbolizar sua tragédia pessoal: "Horizonte do Inferno".
_Atuou em um filme italiano chamado "Urlatori alla Sbarra" de 1960.
_A voz frágil e suave de Chet influenciou desde a bossa nova até Caetano Veloso. Não por acaso,
ele acabou se aproximando de músicos brasileiros.
_Gravou com o pianista Rique Pantoja os discos "Chet Baker & The Boto Brasilian Quartet", e "Cinema 1". Em 1985, veio ao Free Jazz Festival.
_O quarteto de Gerry Mulligan com Chet Baker causou sensação por dispensar o piano mas não resistiu à perda do sax. Formado em 52 acabou apenas 11 meses depois quando o líder foi preso por porte de drogas. Dos anos 40 até pelo menos os idos de 60, as drogas parecem ter sido o combustível no mundo do jazz. Charlie Parker foi a figura mais emblemática com a carreira e a vida abreviadas pela heroína. Chet Baker teve o mesmo destino.
_"Prince of Cool" de Josh Hartnett ("Dália Negra", "Sin City", "Pearl Harbor") personifica o trompetista em uma filmagem quase a beira da vida real que leva-va. Foi retratado no documentário "Let's Get Lost" de Bruce Weber lançado quatro meses após sua morte e indicado ao Oscar de melhor documentario.
_A ficção "Apaixonados Impetuosos (All the Fine Young Cannibals)" de 1960 foi claramente
inspirada no então jovem astro. O nome do protagonista, Chad Bixby (interpretado por Robert Wagner) fazia uma dupla referência à Chet e ao pioneiro do dixieland, Bix Beiderbecke uma de suas maiores influências. E foi desse filme que a banda pop britanica Fine Young Cannibals tirou o nome.
_Viciado desde os anos 50 Chet teve uma carreira problematica com períodos de inatividade devido à dependência e às prisões. Gravou discos em excesso e morreu de morte misteriosa aos 59 anos.
_Nos anos 60 além de mais de um ano preso na Itália ele foi expulso de quatro países até ser deportado de volta para os Estados Unidos.
_Em 966 foi espancado em San Francisco por cinco rapazes que resultou alguns dentes quebrados passando a usar dentadura que posteriormente o prejudicou em sua embocadura.
_Para tocar as músicas pedia apenas o tom. Econômico nas notas (ao contrário de outros tompetistas que preferiam o virtuosismo) Chet improvisava com sentimento. Certo dia deram-lhe o tom errado de uma música de propósito e mesmo assim Chet Baker conseguiu encontrar um caminho harmônico. Valorizava as frases melódicas com notas longas e encorpadas o que acabou lhe valendo o rótulo de cool.
Após um período de 4 anos sem gravar em estúdio Chet grava esse excelente trabalho pela CTI de 1974 acompanhado de Paul Desmond, Ron Carter, Jack De ohnette, Steve Gadd, Hubert Laws, Romeu Penque e orquestração, arranjos e regência do mestre Bob James. O destaque fica por conta das faixas Tangerine, With A Song In My Heart e a incrível What'll I Do, interpretada por de maneira majestosa!

Faixas:
01 - Autumn Leaves
02 - She Was To Good To Me
03 - Funk In Deep Freeze
04 - Tangerine
05 - With A Song In My Heart
06 - What'll I Do
07 - It's You Or No One
08 - My Future Just Passed ( bonus track)

Musicos:
Chet Baker - Trompete
Paul Desmond - Sax Alto
Ron Carter - Baixo Acustico
Jack De Johnette - Bateria
Steve Gadd - Bateria
Hubert Laws - Flauta
Romeu Penque - Flauta

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Boa audição - Namastê

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

1960 - Les Liaisons Dangereuses Art Blakey & The Jazz Messengers

França 1960. A bela Madame de Merteuil (Catherine Deneuve) procura se vingar do seu ex-amante Antoine Gercourt (Andrzej Zulawski) que vai se casar com a jovem e virgem Cécile de Volanges (Leelee Sobieski) sua afilhada. Merteuil procura Sébastien de Valmont (Rupert Everett) seu parceiro de "jogos" famoso por sua reputação de ser um Don Juan para seduzir e engravidar Cécile e destruí-la emocionalmente. Durante sua "missão" Valmont tem seu objetivo desviado quando vai visitar sua tia e se apaixona pela Madame Tourvel (Nastassja Kinski) uma mulher virtuosa e casada que conhece seu jeito sedutor que só torna o desafio mais excitante para Valmont. Juntos Madame de Merteuil e Valmont se tornam uma dupla perigosa não se aendo diante de nenhum obstáculo quando o objetivo é atingir um coração. 'Les Liaisons dangereuses' é um romance do séc. XVIII de autoria de Choderlos de Laclos publicado em 1782. obra retrata s relações aristocratas no periodo da revolução francesa entre nobres ecrupulosos que se dedicam aos prazeres e destruindo reputações de seu pares. O romance foi adaptado para o cinema onze vezes de acordo com 'The Internet Movie Database' maior base de dados do cinema da rede internacional de computadores. A trilha desse score foi entregue a nada mesmo que Art Blakey e o seu The Jazz Messengers originalmente gravado em 28 de julho e 29 de 1959 - Nova Iorque.
Informações Técnicas
Título Original: Les Liaisons Dangereuses
Título no Brasil: As Ligações Amorosas
País de Origem: França
Gênero: Drama

Faixas:
01 - No Problem (1st Version)
02 - No Hay Problema (1st Version)
03 - Prelude In Blue (a 'L'Esquinade')
04 - Valmontana (1st Version)
05 - Miguel's Party
06 - Prelude In Blue (Chez Miguel)
07 - No Problem (2nd Version)
08 - Weehawken Mad Pad
09 - Valmontana (2nd Version)
10 - No Hay Problema (2nd Version)

Musicos:
Art Blakey - Bateria
Jymie Merritt - Baixo Acustico
John Rodriguez - Bongos (Fx.2-10)
Bobby Timmons - Piano
Barney Wilen - Sax. Soprano & Tenor (Fx.1,3,4,9)
Lee Morgan - Trompete (Fx. (1,4,9)

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Boa audição - Namastê

1988 - East to Wes - Emily Remler



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Em seu último álbum, antes da sua morte prematura, em 1990, Emily Remler brilha com fluidez e muita técnica, executando "Daahoud", um tema complexo de Clifford Brown. Remler também executa temas suaves, como "Sweet Georgie Fame" e "Snowfall", com melodias de tamanha beleza. O álbum enriquece diante da colaboração do genial Hank Jones no piano, fazendo de East to Wes, um dos melhores álbuns do final dos anos 80.



Infelizmente, Emily Remler foi mais uma artista de Jazz, que morreu em decorrência ao uso das drogas. Não podemos afirmar se ela ia entrar para o Hall dos grandes guitarristas do Jazz, como Wes Montgomery e Pat Metheny, mas Remler estava no caminho certo, inovando e conquistando o seu espaço. Remler era uma guitarrista com o pé na vanguarda, mas sem esquecer a tradição do Jazz. Gravava álbuns com diversas tendências, misturando ritmos brasileiros, africanos e indianos. O grande momento de sua carreira foi a gravação de Together, com o guitarrista Larry Coryell, uma das suas maiores influências musicais. Além do Coryell, Remler colaborou em álbuns de David Benoit, participando da melhor fase da carreira do pianista. Diferente de George Benson, Remler não tocava por dinheiro, mas tocava guitarra por uma questão de "alma". Emily Remler morreu no melhor momento de sua carreira, mas deixou seu nome escrito entre os grandes nomes dos Young Lions da década de 80.

Emily Remler tinha idéias bem definidas com relação ao seu Jazz: "Quero ter uma voz única como a de Coltrane. Ouvimos duas notas e sabemos logo que é ele. Quero uma voz totalmente única, minha própria voz, o que significa lutar por uma maturidade pessoal e estar preparada para isso." Emily Remler não estava preparada. Dependente de heroína, morreu de um ataque do coração aos 32 anos, em 1990, durante turnê pela Austrália.

Trecho do livro New Jazz - De Volta para o Futuro, de Roberto Muggiati

Tracks:

1 - Daahoud
2 - Snowfall
3 - Hot House
4 - Sweet Georgie Fame
5 - Ballad for a Music Box
6 - Blues for Herb
7 - Softly, as in a Morning Sunrise
8 - East to Wes

Credits:

Carl Jefferson - Producer
Hank Jones - Piano
Emily Remler - Guitar
Marvin "Smitty" Smith - Drums
Buster Williams - Bass

YouTube: Emily Remler:
Red Blouse Bossa Nova

Emily Remler na Wikipedia

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

1974 - Dark Magus - Miles Davis (Live)

Principe das Trevas ou Dark Magus conhecido álbum ao vivo do icone maximo do jazz Miles Davis lançado em 1974 em um LP duplo pela Columbia Records e desde então foi re-lançado em um formato de CD duplo em 2001 sendo conciderado pela revista Q como um dos 50 álbuns mais pesado de todos os tempos (Opiniões a parte). A coisa começa com Miles bagunçando de vez o coreto jazzístico implodindo os alicerces do gênero com o monstuoso albúm "Bitches Brew", incrementando o impacto de sua última e mais estupenda revolução estilística disco após disco até chegar ao ápice da subversão elétrica of all things jazzy durante o biênio 1974-75 cujo primeiro resultado seria justamente o álbum que doravante passaremos a considerar. O que dizer portanto a propósito de mais esta devastadora desorientação sônica surdina pelo infernal Miles, o insuperável e único 'Dark Magus'? À semelhança de seu congênere Agharta (albúm anterior) com Dark Magus (apresentação ao vivo no Carnegie Hall em NY) é mais um maremoto de galáxias circuncidada de psych jazz colidindo com vudu percussivo funk e estratosféricas alucinado de acid rock diretamente Mefistófeles (diabolico-sarcastico) saturnália pagã conjurada por Miles em íncubos demorados sob o eflúvio (perda de cabelos decorrente de um distúrbio no ciclo de vida capilar) de miasmas (modo de reagir) lunares na floresta na arena transpsicodélica. Como acontece com obras deste jazzmam, uma análise faixa a faixa revela um mister de criatividade e superação em novo estilo e forma; assim sendo o que se pode fazer é uma tentativa de evocar a atmosfera que emana deste blasfemo e inebriante ritual cabalístico-musical contido neste albúm ao vivo em N. York. Capitaneando a fuzilaria de metais o anfetamínico Maldoror do jazz converte seu trompete em sirene hipercinética despejando rajadas sucessivas de uivos eletromagnéticos enquanto o oceano radioativo de drones magmáticos emitidos por seu órgão elétrico levanta uma muralha orquestral; os saxofones de Lawrence e Liebman incrementa o psicossônica vociferando de todos os lados numa miríade de exclamações assimétricas; Reggie Lucas opera suas guitarras elétricas como uma implacável cortina de lança-chamas em rajadas espasmódicas, incinerando tudo à sua volta; por fim, Henderson emoldura esta estraçalhante usina de força com seu baixo borbulhante, e Al Foster e James Mtume seguram tudo no fundo disparando morteiros percussivos aos borjões para propelir a frenética garage hermetica mileiana à frente "sedenta de horizontes e presas siderais" em direção às mais ignotas e inauditas paragens.
Então: apertem os cintos, coloquem seus capacetes e cruzem os dedos e boa audição!

Faixas:
01 - Moja (Pt. I)
02 - Moja (Pt. II)
03 - Wili (Pt. I)
04 - Wili (Pt. II)
05 - Tatu (Pt. I)
06 - Tatu "Calypso Frelimo" (Pt. II)
07 - Nne "Lfe" (Pt. I)
08 - Nne (Pt. II)

Músicos:
Miles Davis - Trompete & Órgão Elétrico
Azar Lawrence - Sax. Tenor
Dave Liebman - Flauta, Sax. Soprano & Sax Tenor
Pete Cosey - Guitarra Elétrica
Dominique Gaumont - Guitarra Elétrica
Reggie Lucas - Guitarra Elétrica
Michael J. Henderson - Baixo Elétrico & Baixo Acústico
Al Foster - Bateria
James Mtume - Percussão

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Download Here - Click Aqui CD 2
Boa audição - Namastê

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

1961 - The Blues and the Abstract Truth - Oliver Nelson

O saxofonista Oliver Nelson é um músico subestimado. Ele reuniu em 1961 um grupo all stars com figuras nada menos que:Bill Evans, Freddie Hubbard, Eric Dolphy, Paul Chambers, Roy Haynes e George Barrow, para explorar as possibilidades do blues. Nada é quadrado a começar pelas estruturas de 16, 32 e até inacreditáveis 44 compassos, e pelas mudanças de métrica dentro de uma mesma música. Suas composições obedecem intencionalmente a fórmulas quase matemáticas mas não subtraem o suingue e a simplicidade do gênero. Pelo contrário comprovam que o blues é uma fonte inesgotável para os grandes criadores. Esta edição remasterizada de The Blues and the Abstract Truth trouxe o álbum histórico de Oliver Nelson as prateleiras dos jazzofilos. São seis faixas com destaques para "Stolen Moments", "Cascades" e "Butch and Butch". Vale a pena conferir! Gravado em 23 Fevereiro de 1961 - At Van Recording Studio, New Jersey
Alguém anonimo escreveu este texto"Já de há muito que tinha a vontade de possuir este disco em minha coleção do qual já conhecia algumas faixas ouvidas de programas radiofônicos. Ademais a admiração por Oliver Nelson como músico e arranjador já estava construída pela participação dele em discos de outros especialmente nos de Jimmy Smith, cujos Bashin': The Unpredictable Jimmy Smith e Monster são arrepiantes em virtude do clima de big band moderna que ostentam graças ao talento do conductor Oliver Nelson. Por isso foi com grande alegria que recebi a informação, por parte de olhos – e ouvidos – atentos de um grande usuário aqui do RYM, do lançamento no Brasil deste The Blues and the Abstract Truth. (Em tempo: prefiro, idiossincraticamente, catalogar os discos na conta de seu lançamento original, a despeito de ter em mãos a citada edição brasileira de 2007). O título do disco já denuncia o seu objetivo: a idéia de trabalhar com formas primitivas da música americana, neste caso o blues, fundido com algo do avant-garde. Aliás, a idéia de abstração está sobejamente ligada à vanguarda, principalmente nas artes plásticas. Não nos esqueçamos que o gênio Ornette Coleman declarou certa feita que a sua grande intenção artística era fazer uma espécie de versão musical das pinturas abstratas (a obra “White Light”, de Jackson Pollock, ilustra a contracapa do seu clássico Free Jazz). Permito-me, pois, supor que tal corrente jazzística tem alguma ligação com a “verdade abstrata” revelada pela música - “abstração” que, no campo musical, é um conceito usado mais abertamente por algumas correntes da música erudita, não por acaso a de vanguarda. Os elementos de blues mais puros não chegam a ser tão abundantes no disco como seria de se esperar, mas são intensos o bastante para fazer do álbum uma porta de entrada no mundo do jazz para iniciantes. Penso que esta é a grande função de discos que fazem a intersecção do blues com o jazz, como os espetaculares Blues & Roots, Coltrane Plays the Blues e Louis Armstrong Plays W. C. Handy: são discos que ajudam a educar os ouvidos de pessoas que ainda não “aprenderam” a gostar de jazz, mas que apreciam o blues, ainda que muitas vezes pela leitura de roqueiros, soulmen e outros popstars. A exemplo dos discos de Mingus e Coltrane supracitados o disco de Oliver Nelson traz um blues já devidamente metamorfoseado pela interpretação um tanto agressiva de músicos incontidos na sua vontade de improvisar e de explorar os últimos limites de seus instrumentos: nele estão presentes, por exemplo, os “vanguardistas” Freddie Hubbard e Eric Dolphy, dois grandes participantes do movimento free. A meia estrelinha de que este disco careceu para receber minha nota máxima deve-se, paradoxalmente, à beleza atemporal de suas canções mais radicalmente bluesísticas (“Hoe-Down”, “Yearnin’” e “Teenie’s Blues”): elas são tão geniais que relegam as demais canções à condição de mero bom exercício hard bop. “Ora”, dirão alguns, “‘mero bom exercício’ hard bop de um grupo que conta com Bill Evans e Paul Chambers? Esse cara queria mais o quê”? Os que disserem isso têm razão: estou sendo cruelmente exigente demais com um álbum muitíssimo acima da média, só porque ele às vezes soa algo normal dentro de uma certa tradição do jazz. De qualquer forma, espero que entendam que os pequenos senões a uma metade podem representar o entusiasmo desmedido à outra. Acho que é este o caso!" Fonte:http://sergiosonico.blogspot.com

Faixas:
01 - Stolen Moments
02 - Hoe-Down
03 - Cascades
04 - Yearnin'
05 - Butch And Butch
06 - Teenie's Blues

Músicos:
Oliver Nelson - Sax Alto & Tenor
Freddie Hubbard - Trompete
Eric Dolphy - Sax Alto & Flauta
George Barrow - Sax. Barito
Bill Evans - Piano
Paul Chambers - Baixo Acustico
Roy Haynes - Bateria

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