sábado, 25 de outubro de 2014

Lady Ella - A primeira-dama do Jazz (parte I)

  
    Muitas cantoras de Jazz são reconhecidas apenas pelo primeiro nome. Ella é reconhecida como a melhor de todas. Abençoada com uma amplitude vocal ímpar, entonação clara, dicção perfeita e dona de um delicioso improviso vocal – seus famosos SCATS –, Ella Fitzgerald se transformou em uma das cantoras de Jazz mais amadas de todos os tempos, adorada por músicos, críticos e públicos. Um dínamo musical capaz de absorve tudo o que ouvia e de transformar esse aprendizado em desempenhos memoráveis no palco e no estúdio. Foi assim desde as primeiras gravações ao lado de Louis Armstrong, passando pelos registros do Scat-singing de Leo Watson, até a mimetização do estilo de vários instrumentistas. Não por acaso o nome de Ella invariavelmente é acompanhado do epíteto “a primeira-dama do Jazz”. Ella Jane Fitzgerald nasceu em 25 de Abril de 1917 em Newport News, Virgínia, Estados Unidos, filha de Temperance e William Fitzgerald. A mãe, conhecida como Tempie, logo encontrou um novo amor: Joseph da Silva, um imigrante português. A família se mudou para Yonkers, no estado de Nova York e em 1923, Frances, meia irmã de Ella nasceu. Garotinha, Ella já gostava de cantar e dançar. A igreja teve um papel fundamental em seu apreço pela música. Ella adorava a voz da cantora Connee Boswell, do grupo The Boswell Sisters, que ouvia incessantemente em um disco que a mãe comprara. Logo demonstrou talento para a imitação, descobrindo como soar como as Boswells e também cantar no estilo do grupo canções que nem se quer haviam gravado. Antes de chegar á adolescência, Ella já apresentava hits para os colegas como forma de conquistar amigos, considerando que era “sem graça” e grandona para a idade. Ella queria ser dançaria e conseguiu para Nova York como um amigo, Charles Gulliver, a fim de se apresentar em pequenos clubes em troca de qualquer dinheiro. Seu mundo sofreu um abalo com a morte repentina da mãe, vitima de um ataque cardíaco aos 38 anos. Ella continuou dançando em clubes e acabou se afastando do padrasto, que tentava mantê-la em casa. Finalmente, a irmã de Tempie, que morava no Harlem, insistiu em levar Ella para sua casa. A morte do padrasto também vítima de um ataque cardíaco não muito tempo de Tempie, fez com que Virgínia adotasse Frances. A vida em família não era fácil. Ella competia com a meia-irmã e a prima, Georgina pela atenção da tia. Nessa época abandonou a escola. Ganhava dinheiro com apontadora de jogos ilegais e trabalhava como vigia de prostíbulos. Presa, foi enviada para um reformatório de onde fugiu em 1934. Impedida de voltar pra casa da tia, pois seria presa novamente, acabou morando na rua. Mas nunca desistiu de entrar para o show business. Resolveu tentar a sorte como dançaria numa seleção para o Wednesday Amateur Night, no Apollo, evento que garantia aos escolhidos uma semana de apresentações. No ensaio, intimidada pela habilidade dos concorrentes, decidiu trocar a dança pela música. Cantou duas canções: The Object of My Affection e Judy, aplaudidas pela audiência e lhe garantiu o primeiro lugar no concurso, ao mesmo tempo que causaram boa impressão ao bandleader Benny Carter, cuja orquestra se apresentava naquela mesma noite. Apesar disso suas roupas surradas espantaram muitas oportunidades de trabalho. Ella por exemplo, nunca recebeu o prêmio do Wednesday Amateur Night. O encontro com o bandleader Fletcher Hendersoon, promovido por Carter, também não deu em nada. (inserto: Ella Fitzgerald, Ken Dryden, - jornalista e critico musical)

Boa leitura - Namastê

Um comentário:

MJ FALCÃO disse...

Eu gosto d'Ella! Abraço!