quarta-feira, 2 de maio de 2018

Ella Fitzgerald

Dizem que Ella Fitzgerald não tinha a profundidade emocional de Billie Holiday, a imaginação de Sarah Vaughan ou Anita O'Day, e a influência baseada no blues de Dinah Washington. E que ela era muitas vezes, apesar de brilhante, previsível. As críticas surgiram em parte devido a sua popularidade e ignoraram as suas contribuições. Ella Fitzgerald não só foi uma das pioneiras do ‘scat singing’, técnica extremamente inventiva da improvisação do jazz vocal com vocábulos sem palavras, sílabas sem sentido ou sem palavras que dá aos cantores a habilidade da improvisação para criar o equivalente a um solo instrumental usando a voz. Técnica aliás bastante eficaz para Ella Fitzgerald que tinha tendência para esquecer as letras das músicas. Além disso, era uma cantora despretensiosa cujas variações harmônicas nunca foram forçadas. Notavelmente, se destacou por sua interpretação sofisticada das canções de George Gershwin e Cole Porter. Afinal, Ella Fitzgerald foi essencialmente uma cantora de jazz ou uma cantora pop? Para muitos, foi indiscutivelmente a melhor cantora de jazz de todos os tempos, embora alguns possam votar em Sarah Vaughan ou, como eu, em Billie Holiday. Ella Fitzgerald, cuja voz magnífica, amplo repertório e estilo acessível de cantar apelou para ambas as platéias: do jazz e do pop. Sua abordagem ao repertório vocal é simples: ela mantém clássicos e acrescenta continuamente as melhores músicas do estilo pop. Ela estava entre os primeiros a integrar tanto a Bossa Nova como os Beatles em seu repertório na década de 60. Também gravou músicas mais contemporâneas, como ‘You Are the Sunshine of My Life’ de Stevie Wonder, um componente padrão do seu repertório. Suas gravações são reeditadas constantemente, trazendo sua música a novos públicos e ampliando seu círculo de admiradores. Na verdade, Ella Fitzgerald foi uma das cantoras de jazz mais emocionantes de sua época e, devido à naturalidade de seu estilo, tinha um apelo popular que se estendeu muito além das fronteiras do jazz.

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